Viajar e comer, mistura única no Brasil
REGIÃO SUDESTE
Em Minas Gerais, um roteiro fantástico é o de Salinas, que fica no Vale do Jequitinhonha há quase 700 km de Belo Horizonte, onde é possível degustar a cachaça mais famosa do Brasil, a Anísio Santiago, envelhecida em bálsamo e premiada internacionalmente. Lá também é possível conhecer o Museu da Cachaça, que abre de quarta a domingo, das 9h às 19h, com entrada grátis. O museu mostra a produção, a circulação, o consumo da cachaça e o significado da bebida como fruto do coletivo.
Dizem que, aos domingos, mineiro não almoça, ele petisca. Independente do dia da semana, você precisa conhecer os petiscos do tradicional Mercado Central, parada certa dos turistas, aberto de segunda a segunda. Guarde um espaço na mala para os queijos, salames, temperos e utensílios de cozinha que você vai comprar.
A produção do queijo da Serra da Canastra, Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, não pode faltar na sua agenda. Ela fica a 320 km de BH e envolve sete municípios dentre eles São Roque de Minas, onde fica a nascente do rio São Francisco. Na região, além da produção do queijo é possível fazer roteiros de ecoturismo no Parque Nacional da Serra da Canastra, cuja vegetação é o Cerrado e onde há cachoeiras.
Imperdíveis também são as pizzas da capital São Paulo. A cidade, que teve parte da colonização formada por migrantes italianos, tem inúmeras pizzarias, que são o ponto de encontro do paulistano aos domingos. No Mercado Municipal, inaugurado em 1933, é possível degustar uma série de iguarias, como o pastel de bacalhau e o famoso sanduíche de mortadela, além de possuir um universo de temperos e de sabores para os apreciadores da boa gastronomia. Cada bairro, um dia por semana, tem uma feira livre, onde se pode provar pastéis de rua igualmente deliciosos. Não deixe de conhecer também o verdadeiro Bauru e o tradicional sanduíche de pernil.
REGIÃO SUL
Se você estiver em Florianópolis, vale uma esticada até Santo Antônio de Lisboa, vila de colonização açoriana onde há diversos restaurantes especializados em frutos do mar de frente para a praia. Vale comer uma ostra, um robalo ou algum prato à base de camarão, tudo bem fresquinho. Isso, claro, depois de pegar uma praia no litoral norte de Florianópolis.
Localizada numa área de colonização alemã, a rota da cerveja em Santa Catarina envolve 11 cervejarias e passa por municípios como Brusque, Timbó, Joinville, Gaspar e Pomerode. Nas férias de verão em Florianópolis, cabe um bate e volta nessa rota, que fica a cerca de 150 km da capital.
REGIÃO NORTE
Em Manaus, o tacacá mais famoso é o da banca da Gisela, que fica na praça do Teatro Amazonas. O prato, que vem numa cuia com decoração indígena, leva tucupi, goma, folha de mandioca, jambu e camarão seco. A sensação é única ao provar o caldo, que dá uma leve dormência na boca causada pelas folhas de jambu.
É recomendável uma esticada até a capital do Pará, Belém. Um bom local para provar a culinária do estado é na estação das Docas, onde há diversos restaurantes com pratos e alimentos típicos do estado. São três armazéns de ferro restaurados, onde funcionava o porto de Belém. Uma máquina a vapor de meados de 1800 e guindastes fabricados nos Estados Unidos compõem a paisagem. Os passeios de barco no rio Guamá, em Belém, e no Solimões, em Manaus, ficam mais bem aproveitados quando aliados à culinária local.
REGIÃO NORDESTE
O café da manhã nordestino é bastante variado, tendo como pratos típicos o cuscuz, a tapioca, o curau e o queijo coalho na brasa, entre outros. No almoço, a carne de sol com mandioca é bastante comum em estados como o Rio Grande do Norte e Alagoas. Os nordestinos também apreciam um bom peixe frito, moqueca e outros pratos com frutos do mar. De sobremesa não deixe de provar o Bolo de Rolo – rocambole de goiabada bem fininho, típico de Pernambuco – e a rapadura, feita do açúcar da cana, comum em todo o Nordeste.
REGIÃO CENTRO OESTE
Galinhada com pequi, empadão goiano, pamonha frita ou cozida, gueiroba e baru são produtos típicos do cerrado e de Goiás, “no entanto a culinária desse bioma típico do Centro-Oeste é pouco conhecida”, diz Rita Medeiros, que é autora do livro Gastronomia do Cerrado, disponível para download (http://www.fbb.org.br/reporter-social/fundacao-bb-e-parceiros-disponibilizam-livro-gastronomia-do-cerrado.htm). A obra apresenta diversas receitas de pratos para café da manhã, chá da tarde e piquenique.
Rita, que também é dona de uma sorveteria, conta que o cerrado tem sabores de muita personalidade. Dentre as frutas, ela enumera o baru (tipo de castanha), o jenipapo e a cagaita. As duas últimas podem ser usadas para fazer um delicioso molho adocicado e picante no estilo indiano, o chutney. A culinária típica de Goiás pode ser degustada em cidades como Pirenópolis e Cidade de Goiás, ambas cidades históricas do estado. Uma iguaria única e que vale a pena provar é o Baruzetto, licor produzido a partir da amêndoa do baru. A cidade também organiza todos os anos o Festival de Gastronomia de Pirenópolis, que na edição de 2014 ocorreu no mês de maio.